O Ministério Público acusou 73 arguidos (43 pessoas singulares e 30 pessoas coletivas), na investigação às adjudicações suspeitas no Ministério da Defesa, denominada “Tempestade Perfeita”. Entre os acusados estão o ex-diretor-geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN) Alberto Coelho, e os dois antigos altos quadros do Ministério da Defesa, Paulo Branco e Francisco Marques, que chegaram a ser detidos em dezembro.
Os acusados são suspeitos de corrupção ativa e passiva, branqueamento de capitais, peculato e falsificação ou contrafação de documento.
As empresas acusadas incluem as três construtoras que participaram nas obras do Hospital Militar de Belém - TRXMS, Weltbauen e Romapremium -, mas o processo ultrapassa em muito o papel destas sociedades na teia da Defesa.
Para além dos três ex-dirigentes da DGRDN cujos nomes eram conhecidos, foram acusados mais quatro funcionários de serviços dependentes daquela direção-geral, confirmou o Expresso, que eram subordinados dos principais arguidos: Pedro Ramalhete, da Divisão do Património e Turismo Militar; Hugo Valentim, técnico de informática da Direção de Serviços de Gestão Financeira; António Capela, da Divisão de Recrutamento e Efetivos Militares; e Cátia Moura, da Direção de Serviços da Profissionalização Militar.
O ex-secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, apesar de ter sido constituído arguido por corrupção e participação económica em negócio, no âmbito da Tempestade Perfeita, não é citado neste despacho de acusação. Será investigado num processo autónomo, avança o "Público".
Em dezembro do ano passado, uma mega-operação da PJ e MP levou a buscas na Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021.
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