O dia 13 de julho não vai ser o fim dos problemas com a justiça para Rui Pinto. A uma semana de saber se é condenado no primeiro processo em que foi acusado de centenas de crimes informáticos e tentativa de extorsão, o Ministério Público imputa-lhe mais 377 crimes por ter invadido os sistemas informáticos do Benfica, Rio Ave, Leixões, Moreirense, Liga de Clubes, juízes e procuradores, Rede Nacional de Segurança Interna, Autoridade Tributária, grupo Cofina, Vitória de Guimarães e a IURD.
A notícia avançada pela revista Sábado foi confirmada ao Expresso por uma fonte próxima do processo. Teixeira da Mota, o advogado que representa o pirata informático, não respondeu às mensagens e aos telefonemas.
De acordo com a Sábado, a procuradora responsável pela acusação alega que o arguido acedeu ilegalmente a e-mails do Benfica que depois foram entregues ao diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques.(já condenado noutro processo a um ano e dez meses de pena suspensa por divulgar os e-mails). Em causa estão os crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência e dano informático.
Segundo acusação a que o Expresso teve acesso, a procuradora Vera Camacho mandou extrair outra certidão para investigar crimes que ainda não estão esclarecidos. A magistrada revela que está prestes a “gozar de licença de maternidade” e por isso quis concluir a acusação agora. Vera Camacho critica ainda a PJ por "ausência de ímpeto" para concluir a investigação. Esta procuradora nunca esteve de acordo com a suspensão provisória de alguns crimes que eram atribuídos a Rui Pinto.
Os crimes que vão continuar a ser investigados estão relacionados com o acesso ilegítimo aos sistemas informáticos do FC Porto (de que Rui Pinto é adepto), Tondela, Nacional, Câmara de Cascais e diversos escritórios de advogados.
Depois de ter cumprido um ano de prisão, Rui Pinto aceitou colaborar com a PJ a troco da liberdade e da suspensão de alguns processos em que era suspeito. Vive numa casa da PJ e agora vai ter de enfrentar, novamente, a ameaça de uma pena de prisão. Numa das últimas declarações que fez em tribunal admitiu que “o crime não compensa”.
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