Sociedade

Escritor diz "recear pela sua segurança e da sua família": Joel Neto apresenta queixa contra chefe de gabinete do Governo dos Açores

Joel Neto
Joel Neto
ANTONIO ARAUJO

Autor diz ter sido alvo de 'ciberbullying', através do envio de uma "série de mensagens hostis, que incluíram uma longa lista de acusações e insultos, concretizada com uma ameaça expressa" por parte de António Bulcão, que chefia o gabinete da secretária regional da Educação, Sofia Ribeiro

O escritor Joel Neto apresentou esta segunda-feira uma queixa contra o chefe de gabinete da secretária da Educação e Assuntos Culturais do Governo dos Açores, acusando-o de ameaças após o lançamento de um livro sobre a pobreza na região.

Segundo a queixa entregue no Departamento de Investigação e Ação Penal de Angra do Heroísmo, a que a agência Lusa teve acesso, o autor diz ter sido alvo de 'ciberbullying', através do envio de uma "série de mensagens hostis, que incluíram uma longa lista de acusações e insultos, concretizada com uma ameaça expressa" por parte de António Bulcão, que chefia o gabinete da secretária regional da Educação, Sofia Ribeiro.

Contactado pela agência Lusa, Joel Neto recusou-se a comentar a situação, mas confirmou a queixa.

Na queixa, Joel Neto refere que chegou a ter com António Bulcão uma "relação cordial, formalmente de amizade", mas que, após o lançamento do livro "Jénifer ou a Princesa de França", em fevereiro, o chefe de gabinete da secretária regional começou a enviar uma "série de mensagens insultuosas".

Uma vez que a obra "denuncia a má prestação dos Açores na generalidade dos indicadores nacionais e europeus de desenvolvimento", o escritor supõe que António Bulcão sentiu-se "acossado pelo que nessa denúncia pudesse ser assacado ao Governo Regional".

Joel Neto diz "recear pela sua segurança e da sua família" devido ao "ódio que todas as mensagens enviadas evidenciam" e pelo acesso que o chefe de gabinete da secretária da Educação tem a "meios de agressão física".

"Não se pode excluir a possibilidade de António Bulcão estar a referir-se, antes, ao uso da máquina do Estado, a que tem acesso enquanto membro de primeira linha da equipa que acompanha o Governo Regional, para me atingir", escreve também o autor no documento. Segundo o escritor e antigo jornalista, com a queixa pretende também "defender o exercício da opinião livre nos Açores".

"É difícil aceitar que o Governo dos Açores seja aquele em que se pode recorrer a tais métodos de coação, bem como que os Açores sejam a região onde um governo pode recorrer a tais métodos de coação", lê-se na queixa dirigida ao Procurador da República da Comarca dos Açores.

Joel Neto é escritor, comentador e membro do Conselho Regional de Cultura, órgão consultivo do Governo Regional. A secretaria da Educação e Assuntos Culturais do Governo dos Açores não quis, para já, fazer comentários sobre o assunto.

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