Segunda-feira, às nove da manhã, três portugueses, entre os 40 e os 50 anos, vão ser presentes a juiz no Tribunal do Barreiro. São os alegados cabecilhas de organizações criminosas transnacionais que se dedicam à exploração e tráfico da amêijoa japonesa, apanhada ilegalmente no estuário do Tejo. Juntos somam crimes pesados no cadastro, passado militar de elite e muitos milhões de euros por ano tirados do Tejo, através de redes de intermediários, compradores, vendedores, transportadores, importadores e, no fundo da escala, milhares de mariscadores imigrantes, a maioria asiáticos, explorados por todos os que lhes estão acima na hierarquia.
À saída do rio a amêijoa vale 3 a 4 euros o quilo. Por dia são retiradas do Tejo cerca de 20 a 30 toneladas, com um valor mínimo de €60 mil. Um ano vale €22 milhões. Mas lá fora, nos países europeus para onde é traficada — já chega a Espanha, França, Itália, Bélgica, Holanda, Reino Unido —, é vendida a 15 ou 17 euros. São €124 milhões potenciais. É fácil perceber porque é que há traficantes de droga a trocar de área de trabalho. Tem menos riscos e lucros semelhantes.
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