Já tinham passado cinco anos desde que a exploração da amêijoa japonesa no estuário do Tejo fora objeto de um levantamento científico. Mas mesmo antes dos investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FC-UL) porem um pé novamente no terreno, era já certo que a apanha desta espécie invasora se mantinha, e fulgurante, numa área onde é maioritariamente proibida ou com classificação C, devido aos níveis elevados de contaminação que a tornam imprópria para consumo sem tratamento.
Basta esperar a maré baixa, seja de dia ou de noite, ir até à área norte do Parque das Nações, em Lisboa, e olhar o rio, ou atravessá-lo pela Ponte Vasco da Gama até às salinas do Samouco ou Alcochete, na margem sul, para detetar os mariscadores. São às centenas os vultos, a fazer as duas marés de um dia, meio corpo dentro de água ou plantados nos bancos de areia, curvados sobre si, a esgravatar o leito arenoso deixado a descoberto. Outros há que, aos comandos de barquinhos — diminuídos pela distância —, arrastam ganchorras de metal com que aram o chão do Tejo e de lá tiram tudo o que vier.
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