O presidente do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), organismo responsável pela realização dos testes de avaliação externa, garante que existem “todas as condições” para a realização das provas de aferição em formato digital e nega que as escolas tenham recebido indicações para, apenas em dois dias, procederem à instalação de uma aplicação em cada computador que os alunos vão usar.
“É um facto que, por questões técnicas, a aplicação só foi enviada às escolas na semana passada e que esta é necessária para garantir a segurança das provas e a equidade entre os alunos. Trata-se de uma instalação muito simples, que não requer um professor muito especializado e que pode até ser feita pelos alunos. E também é um facto que as escolas vão poder fazer esta instalação de forma muito gradual porque a primeira prova – Tecnologias de Informação e Comunicação do 8.º ano – decorre ao longo de um período de duas semanas (pode ser aplicada entre 16 e 26 de maio). Portanto, as escolas vão ter tempo para fazer essa instalação”, explicou esta segunda-feira Luís Santos, presidente do IAVE, em declarações aos jornalistas.
Luís Santos lembrou ainda que escolas e alunos tiveram também meses para poder testar a plataforma em que vão ser feitas as provas de aferição do 2.º, 5.º e 8.º anos, que passam agora a ser feitas unicamente em computador (à exceção das disciplinas de Educação Física e Educação Artística).
Este ano letivo, cerca de 500 mil provas deixam de ser feitas em papel, num processo de desmaterialização da avaliação que vai estender-se de forma progressiva também aos exames nacionais e que deve estar concluído em 2025.
A prova de Tecnologias de Informação e Comunicação será assim um primeiro teste a este processo e será realizada ao longo dos próximos dias por cerca de 90 mil alunos. Ciências Naturais e Físico-Químicas do 8.º ano será depois a prova de aferição que se segue, marcada para 24 de maio.
Já o ministro da Educação, João Costa, sublinhou o facto de a operação relacionada com os exames e provas nacionais em papel e toda a logística associada ter um nível de complexidade muito superior ao que acontece com a realização dos testes em formato digital. Logo à partida, por deixar de envolver a intervenção de milhares de agentes das forças de segurança que eram responsáveis por fazer chegar a cada sede de agrupamento os envelopes com os testes e simplificar os muitos procedimentos que tinham de ser feitos em cada escola para garantir o anonimato das provas e até mesmo do processo de classificação.
As provas de aferição do ensino básico não contam para a nota final dos alunos, mas servem para perceber o que está ou não a ser aprendido pelos estudantes do 2.º, 5.º e 8.º anos a um conjunto de disciplinas.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ILeiria@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes