
Programas de reabilitação reduzem novos crimes. Prisões avançam com estudo sobre reincidência geral
Programas de reabilitação reduzem novos crimes. Prisões avançam com estudo sobre reincidência geral
Jornalista
Quando, há três anos, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) iniciou um estudo científico sobre a taxa de reincidência dos participantes do seu Programa para Agressores de Violência Doméstica (PAVD), pretendia-se principalmente avaliar a eficácia desta intervenção, imposta por decisão judicial e em franco crescimento. Mas os resultados, que vão ser apresentados oficialmente esta sexta-feira num seminário em Coimbra, na presença da ministra da Justiça, revelam bem mais do que isso: pela primeira vez, é possível saber quantos condenados por maus-tratos físicos ou psíquicos num relacionamento de intimidade regressam ao sistema prisional pelo mesmo delito.
De acordo com os dados finais a que o Expresso teve acesso, 16,8% dos agressores reincidem no crime de violência doméstica no espaço de dois anos após o término da pena ou medida, percentagem que aumenta para 28,6% quando se alarga a análise a cinco anos. Mas a taxa é inferior, em média menos 7%, entre os agressores que participaram no programa específico de reabilitação e reinserção social da DGRSP: durante dois anos, 91% não voltaram a cometer o mesmo crime, e 78% mantiveram-se longe da Justiça meia década.
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