Sociedade

Deportações de cidadãos não europeus aumentaram 18% na UE em 2022

Ucranianos fazem fila no controlo de passaporte em Przemysl, na Polónia
Ucranianos fazem fila no controlo de passaporte em Przemysl, na Polónia
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Dados do Eurostat indicam que Portugal foi o sexto país que menos cidadãos não europeus devolveu a países terceiros, mas o número mais do que duplicou face a 2021

Os países da União Europeia deportaram 94.970 cidadãos não europeus em 2022, um aumento de 18,04% face a 2021 quando foram expulsas 80.455 pessoas.

Portugal deportou 595 pessoas em 2022, mais do dobro do que em 2021 (265). Só no primeiro trimestre deste ano foram expulsos 210 cidadãos não europeus.

França é o país que mais devolveu cidadãos estrangeiros a países terceiros (14.240), seguida da Alemanha (13.130) e Suécia (10.490). Os cidadãos albaneses (9.950), georgianos (8.040) e sírios (5.590) foram os mais deportados.

Os números fazem parte dos dados sobre a aplicação da lei de imigração na UE em 2022, divulgados pelo Eurostat esta sexta-feira.

De acordo com o Gabinete de Estatísticas da União Europeia, também as ordens de expulsão aumentaram no último ano (23%). Em 2022, 422.400 cidadãos não europeus receberam ordens para que abandonarem os territórios dos estados-membros da UE onde se encontravam, face a 342.100 em 2021.

Também aqui França é o país que decretou mais expulsões (135.650), seguido da Croácia (40.525) e Grécia (33.500). As nacionalidades mais visadas foram a argelina (33.535), marroquina (30.510) e paquistanesa (25.280).

UE recusou entrada a mais de 141 mil pessoas

No mesmo período, os países europeus recusaram vistos de entrada a 141.060 cidadãos não europeus. Trata-se de um aumento de 1% face ao ano anterior.

Os países que mais recusaram pedidos foram a Polónia (23.330), Hungria (15.780), Croácia (11.800) e Irlanda (9.240).

“Os cidadãos ucranianos representaram o maior número de recusas na UE (28.890, -43% face a 2021)”, nota o Eurostat. “Notavelmente, as principais razões para recusar a entrada de ucranianos foram: 'pessoas que já permaneceram 3 meses num período de 6 meses' (27% do total de recusas de ucranianos na UE), 'sem visto válido ou autorização de residência' (21%) e 'objetivo e condições de estada não justificados' (20%)”, contextualiza.

Os cidadãos da Albânia (15.630) e da Rússia (10.860) foram os segundos e terceiros mais recusados, respetivamente.

Deteção de ilegais na UE dispara

O número de cidadão não europeus presentes ilegalmente na UE em 2022 disparou 59%, ficando perto dos 1,08 milhões. Em 2021 tinham sido detetados 679.730 casos.

A Hungria foi o país que registou o maior número destas situações irregulares (222.520), seguindo-se Alemanha (198.310) e Itália (138.420).

Os cidadãos sírios representam a maior fatia destes casos (175.960), sendo seguidos pelos afegãos (119.520) e marroquinos (60.215).

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