“Foi um membro do Governo que me contactou”. Esta foi uma das revelações de Luís Neves, diretor da Polícia Judiciária, esta quarta-feira, aos jornalistas, ao referir-se à investigação ao caso que envolve a recuperação do computador de Frederico Pinheiro, ex-adjunto afastado pelo ministro João Galamba, no Ministério das Infraestruturas, na última semana.
“Nós registámos essa situação como inquérito. Recuperámos o equipamento que já tinha sido recuperado por outra estrutura do Estado [o SIS]. No dia seguinte estava na posse do CEGER [Centro de Gestão da Rede Informática do Governo]. O equipamento está connosco”, afirmou.
Luís Neves acrescentou que a PJ avisou de imediato o Ministério Público “tudo o que se estava a passar” e entregou “uma proposta de trabalho” ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa. O objetivo é o de se realizar um rastreio informático ao computador de Frederico Pinheiro. “Será a Polícia Judiciária a fazê-lo”.
Tal como o Expresso tinha escrito na última sexta-feira, o Governo fez uma denúncia à Polícia Judiciária por causa do computador de Frederico Pinheiro, que foi levado do gabinete pelo ex-adjunto do ministro João Galamba depois de, na quarta-feira, este o ter exonerado do cargo.
Segundo vários relatos feitos ao Expresso, terá havido confronto físico do adjunto com outros elementos do Ministério, dentro do gabinete, com a PSP a ter de ser chamada ao local. O ministro, acabado de regressar de Singapura, não estava no gabinete no momento das “agressões”, que levaram assessoras a fazer queixa àquela polícia.
Frederico Pinheiro nega qualquer furto e, ao Expresso, afirma que entregou o computador “de livre vontade” depois de retirar do aparelho aquilo que entendia serem os seus ficheiros pessoais. “Não houve intervenção de nenhuma entidade policial na entrega do computador”, insiste em declarações ao Expresso, explicando que saiu do edifício do Ministério com a PSP e que enviou um email ao Ceger, centro de gestão da rede informática do governo, esperando indicações para entregar o computador após a exoneração. O email terá sido enviado com conhecimento ao ministro João Galamba e à chefe de gabinete.
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