Sociedade

Os abusos do guru do Algarve que o budismo não viu: “Obrigados a caminhar no gelo, fechados em quartos com ratos“ e a masturbar o mestre

22 abril 2023 20:08

Hugo Franco

Hugo Franco

Jornalista

Robert Spatz foi condenado pela Justiça belga a cinco anos de prisão com pena suspensa

Durante anos, vários portugueses foram vítimas de abusos cometidos por líder de comunidade budista. Estão “destruídas” psicologicamente

22 abril 2023 20:08

Hugo Franco

Hugo Franco

Jornalista

Vítimas e ex-discípulos portugueses do guru belga Robert Spatz apontam o dedo aos dirigentes e à própria comunidade budista por terem fechado os olhos às suspeitas de abuso físico e sexual sobre menores cometidos pelo ‘mestre’ num mosteiro em Portugal.

“Desde 1997 que toda a gente do mundo budista tinha conhecimento das suspeitas que recaíam sobre Spatz, depois da sua prisão na Bélgica e das buscas da PJ no Algarve. E, nos anos seguintes, as vítimas foram revelando pormenores sobre alguns dos seus crimes hediondos. É impossível que a União Budista Portuguesa (UBP) nada soubesse. Mas nunca fizeram nada para apurar a verdade, nem sequer falaram com as vítimas ou abriram qualquer investigação interna. Deles só tivemos o silêncio”, acusa Ricardo Mendes, líder da OKC Info — associação de vítimas do belga que liderou o grupo de inspiração tibetana Ogyen Kunzang Chöling (OKC) naquele país, em França, Espanha e Portugal, e que foi condenado em 2020 por um tribunal de Bruxelas a cinco anos de prisão com pena suspensa.