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Rendas inflacionadas e despejos deixam 26 mil famílias à espera de habitação social em Lisboa e Porto. Há apenas 700 casas disponíveis

Rendas inflacionadas e despejos deixam 26 mil famílias à espera de habitação social em Lisboa e Porto. Há apenas 700 casas disponíveis
João Carlos Santos

A crise da habitação juntou-se à crise económica e criou a tempestade perfeita para abalar a estrutura das famílias mais carenciadas, as primeiras a chegar à lista de espera e as que ocupam os lugares cimeiros. De acordo com os dados recolhidos pelo Expresso junto de 31 autarquias da Grande Lisboa e do Grande Porto — três não responderam — há atualmente 26.312 agregados à espera de vagas sociais, quase 19 mil na região da capital e cerca de 7400 na área da Invicta

Ir pedir casa à câmara é o último recurso. O fim da linha. Depois de feitas todas as contas, somadas as despesas, subtraídas ao rendimento disponível, o resultado não chega para pagar uma habitação no mercado de arrendamento comercial. Mais de 26 mil famílias a residir nas áreas metropolitanas de Lisboa (AML) e do Porto (AMP) não encontram forma de encaixar nesta contabilidade ao cêntimo o aluguer inflacionado de um imóvel e manter o orçamento familiar acima do negativo. E quando têm casa, basta uma subida, pequena que seja, na prestação ou no aluguer, uma cessação de contrato, ou um despedimento, uma doença, um filho não programado, a conta do supermercado engordada pela guerra, para que tudo se desequilibre para lá da recuperação. Porque não há sobra onde ir buscar. Resta-lhes candidatarem-se, no concelho onde residem, a uma habitação municipal, de renda controlada ajustada ao vencimento. E esperar. Podem ser anos. Atualmente só há vagas para 2,5% dos inscritos.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

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