25 fevereiro 2023 8:10

Com a chegada da Carris Metropolitana, há carreiras que melhoraram e outras que ficaram muito pior. Motoristas recrutados fora do país são a solução, mas só daqui a um mês serão em número suficiente
25 fevereiro 2023 8:10
Pelas oito da manhã são já longas as filas junto às paragens de autocarros no Marquês de Pombal, em Lisboa. Muitas viaturas chegam de várias zonas da periferia com centenas de pessoas que vêm trabalhar no centro, e de volta levam outras tantas. Margarida Figueiredo, de 53 anos, está à espera do autocarro que a levará a casa, em Carnaxide. Ao contrário da maioria, já deu o dia por terminado. É enfermeira na Maternidade Alfredo da Costa, entrou às 15h30 do dia anterior, completou dois turnos e agora só pensa em ir descansar. Com uma profissão desgastante e horários sempre diferentes, conta que nos últimos dois meses têm sido penosas as viagens entre casa e trabalho.
“Isto anda péssimo. As carreiras passaram a correr mesmo muito mal a partir de 1 de janeiro. Nunca vêm a horas, não cumprem horários e falham muitas vezes. Já me aconteceu estar na paragem desde as 7h15 e só aparecer um autocarro às 8h30. Cheguei muito atrasada ao serviço, o que me levou a pedir a um colega que esperasse por mim para me render, senão levaria falta. E já tive de apanhar um Uber para vir trabalhar, apesar de ter passe. É algo constante e compromete o meu trabalho.” Farta da situação, já fez cinco reclamações no Portal da Queixa e não recebeu resposta.