4 fevereiro 2023 7:32
tiago miranda
Fim do SEF antes da visita do Papa pode ser “suicídio político”, alerta especialista em segurança
4 fevereiro 2023 7:32
A reposição de fronteiras costuma ser a regra quando se realizam eventos como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai juntar mais de um milhão de pessoas de todo o mundo para receber o Papa Francisco em agosto, em Lisboa. Mas ainda não está decidido, até porque será preciso coordenar a decisão com o Executivo de Espanha, apurou o Expresso junto de fonte governamental. Para já, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) faz parte dos organismos envolvidos na preparação do aparelho de segurança da JMJ, coordenado ao nível estratégico pelo Sistema de Segurança Interna (SSI). Mas se o Governo cumprir o objetivo de extinguir o SEF até março, o controlo das fronteiras com o afluxo massivo de participantes será feito pela PSP e pela GNR. “Politicamente, era um suicídio caso acontecesse algo no evento, tendo o SEF sido extinto meses antes”, avisa Hugo Costeira, presidente do Observatório de Segurança Interna, em declarações ao Expresso.
É expectável que a responsabilidade da fronteira aérea seja entregue à PSP e a terrestre e a marítima à GNR. “Ainda não sabemos se isso vai mesmo acontecer e, confesso, estou reticente”, diz Hugo Costeira. “Vão arranjar forma de continuar com o SEF mais uns meses”, antevê o especialista, porque, na sua opinião, “nem a PSP nem a GNR têm pessoas ou experiência suficientes para estas funções até à realização da JMJ, nem vão alcançar a experiência suficiente nos próximos anos”.