A SATA vai este ano, e pela primeira vez na sua história, ultrapassar receitas de 200 milhões de euros, ao mesmo tempo que enfrenta um processo de reestruturação com vista a poder ser privatizada em 2023, segundo avançou Luis Rodrigues, presidente da companhia aérea de bandeira nos Açores, no congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Ponta Delgada, capitral da ilha de São Miguel.
Em 2022, a SATA transportou mais 10% a 12% de passageiros comparativamente com 2019, obtendo mais 30% em receitas face ao ano pré-pandemia, realçou ainda Luis Rodrigues.
“E 2023 vai ser marcado pela privatização da companhia, ou pelo menos a sua intenção, o que é essencial para a companhia poder sobreviver”, destacou.
“Estarmos hoje aqui a falar na SATA é um milagre”, sublinhou Luis Rodrigues, lembrando que no final de 2019 “estávamos praticamente falidos”, evidenciando a companhia 230 milhões de euros de capitais negativos.
O período que se seguiu foi particularmente negro para a aviação, com a paralisação a que obrigou a pandemia, e para a SATA a receita perdida com a covid-19 ascendeu a 215 milhões de euros.
Luis Rodrigues lembra ainda que enquanto “procurávamos prosseguir doentes”, veio mais um golpe de Bruxelas, obrigando a SATA a devolver 72 milhões de euros aos acionistas.
“Em 2022, quando pensávamos que iamos respirar um bocadinho, veio esta estúpida guerra”, com a inflação, o disparar do fuel ou as “disrupções graves nos aeroportos”, lembrou Luis Rodrigues.
Se os resultados da SATA foram históricos em 2022, “esta recuperação foi impulsionada pela atratividade do destino Açores”, e para o futuro a companhia, mesmo após a privatização, “tem uma responsabilidade social significativa para com os açorianos, e não se pode esconder disso”, concluiu Luis Rodrigues.
Luis Rodrigues foi indigitado como futuro presidente da ‘holding’ do grupo SATA no âmbito do processo de reestruturação da companhia que se prepara com vista à sua privatização em 2023, segundo adiantou no congresso da APAVT o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro.
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