10 dezembro 2022 11:11

Ruben: os amigos e a família Xuxa Bar já foi propriedade de "Xuxas" e lá chegou a trabalhar o seu irmão mais novo, Dércio, também suspeito de pertencer a esta rede de droga
nuno botelho
Tráfico. ”Xuxas” demorou pouco mais de um ano a tornar-se o número 1 do tráfico de droga em Portugal. As saudades dos filhos fizeram-no cair nas mãos da PJ
10 dezembro 2022 11:11
Ruben Oliveira sabia que tinha a cabeça a prémio. Desde que a PJ deitara a mão a 300 quilos de cocaína que tinham viajado em fevereiro desde a América Latina com destino a uma discreta empresa de distribuição alimentar dos Olivais que “Xuxas”, como era conhecido no meio familiar e criminal, andava “retirado”. Primeiro no Dubai, para onde viajou com a mulher e os filhos e onde terá investido o dinheiro que, segundo a Polícia Judiciária, conseguiu com os “lucros avultados” do tráfico de droga internacional. E depois em Espanha, onde circulava numa carrinha Mercedes com o interior equipado “como se fosse o quarto de um hotel”, explica uma fonte policial.
Mas o negócio não podia parar e “Xuxas” teve de viajar para o Brasil e para a Colômbia onde tinha os contactos diretos com organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) ou o Cartel do Golfo que faziam dele uma figura de topo no meio do tráfico de droga em Portugal e o homem com quem todos podiam lucrar. “É o maior na era pós-Franklim Lobo”, revela uma fonte judicial numa referência ao velho traficante que chegou a fugir à PJ depois de saltar de uma janela de uma sala de interrogatórios e que cumpre atualmente uma pena de 11 anos de prisão por tráfico.