A data é peculiar, mas é reconhecida pela ONU desde 2013. O Dia Mundial das Instalações Sanitárias (19 de novembro) serve para lembrar o mundo que 3.6 mil milhões de pessoas continuam a viver sem condições de saneamento básico seguras.
De acordo com a OMS e a UNICEF, em 2020, cerca de uma em cada quatro pessoas não tinham acesso a fontes de água seguras nas suas casas e quase metade da população mundial vivia sem condições de saneamento básico.
“A Covid-19 sublinhou a urgência em garantir que todos podemos aceder a uma boa higiene das mãos. No início da pandemia, três em cada dez pessoas no mundo não podiam lavar as suas mãos com água e sabão nas suas casas", argumenta o relatório de 2021.
Caso nada seja feito para reverter as atuais tendências, em 2030 (ano em que os objetivos da ONU de desenvolvimento sustentável deviam estar cumpridos), 1.6 mil milhões de pessoas (19% da população global) vão continuar sem acesso a água segura. Simultaneamente, 2.8 mil milhões (um terço da população global) não terá acesso a saneamento básico.
Assim, na edição deste ano do Dia Mundial das Instalações Sanitárias, a ONU foca-se no impacto desta “crise de saneamento” no ambiente, mais especificamente nos cursos de água subaquáticos. Estes recursos hídricos correspondem aproximadamente a 99% de toda a água doce em estado líquido disponível no planeta.
“A campanha de 2022 'Tornar o Invisível Visível' explora como os sistemas de saneamento inadequados espalham dejetos humanos em rios, lagos e solo, poluindo os recursos hídricos subterrâneos. No entanto, este problema parece ser invisível. Invisível porque acontece no subsolo. Invisível porque acontece nas comunidades mais pobres e marginalizadas”, argumenta a ONU.
No comunicado que assinala este dia, a ONU lembra que “a água subterrânea é a fonte de água doce mais abundante do mundo. Apoia o abastecimento de água potável, sistemas de saneamento, agricultura, indústria e ecossistemas. À medida que as alterações climáticas pioram e as populações crescem, a água subterrânea é vital para a sobrevivência humana.”
“Devemos agir com urgência”, reitera o secretário-geral da ONU no Twitter.
A campanha surge também enquadrada na meta número 6 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que quer “saneamento e água para todos até 2030”, que a ONU considera estarmos “seriamente fora do caminho” para alcançar. Assim, a instituição insta os governos a “trabalhar em média quatro vezes mais rápido” para garantir o cumprimento deste objetivo e pede aos legisladores que “reconheçam completamente a conexão entre o saneamento e as águas subterrâneas”, integrando esse princípio nos planos que visam proteger os recursos hídricos vitais.
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