No dia 1 de novembro de 1755, pelas 9h30, a Terra começou a tremer. Em dia de feriado religioso, milhares de pessoas concentravam-se nas Igrejas e nas ruas de Lisboa quando uma trepidação inusitada se começou a fazer sentir. Primeiro um abalo, depois outro, e logo um terceiro.
Sem instrumentos que o medissem na altura, não se sabe até hoje ao certo quanto tempo durou – os relatos falam em sete minutos, outros em nove minutos -, nem qual a magnitude do sismo (há estudos que apontam para 7,5 na escala de Richter, outros para valores superiores), quantos milhares morreram (pelo menos 12 mil pessoas) ou quantos edifícios ruíram e foram consumidos pelas chamas que se propagaram durante “cinco ou seis dias”. Os incêndios causaram, aliás, uma devastação ainda maior do que o terramoto, agravada igualmente pelo tsunami que se seguiu a um dos abalos e que varreu o Terreiro do Paço com ondas de vários metros.
O que se sabe, 267 anos depois, é que este episódio mudou a face de Lisboa - que com os seus 200 mil habitantes, comerciantes, diplomatas e viajantes das mais variadas proveniências, era então a quarta maior cidade europeia -, da sismologia e até das discussões filosóficas tidas à época, que se dividiam entre o papel da intervenção divina, o otimismo, a aleatoriedade da Natureza e a culpa do Homem.
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