A meio da manhã, na sala de audiências no Campus da Justiça, em Lisboa, o alegado hacker Rui Pinto fez dois atos de contrição.
Primeiro, disse estar “envergonhado” com os e-mails que enviou ao empresário Nélio Lucas, da Doyen, em outubro de 2015, numa aparente tentativa de extorsão. “Sinto-me envergonhado por esta situação. Custa-me a ler este tipo de e-mails. Hoje em dia não me reconheço nisto. Foi uma trapalhada de todo o tamanho.”
Algo que, garantiu, foi usado pelos críticos para reduzir os méritos do Football Leaks. “Foram criadas narrativas” pelo MP e PJ.
“Foi uma infantilidade, uma provocação. Não imaginava que o Nélio Lucas pudesse responder a isto”, argumenta ao ser confrontado com os dados da acusação sobre o contacto por e-mail a Nélio Lucas, a 3 de outubro de 2015. Nesse e-mail Rui Pinto escrevia: “A fuga é bem maior do que imagina.” Descrevia as “artimanhas” da Doyen e sugeria a Nélio Lucas que a informação exfiltrada poderia acabar no conhecimento da “impressa europeia.” E terminava: “Mas podemos conversar…”.
Depois, com alguma surpresa, fez um pedido de desculpas ao advogado Aníbal Pinto, que também é arguido no processo Football Leaks. “Peço desculpa ao Aníbal Pinto, aqui presente, por o ter colocado nesta situação.”
No final da sessão da manhã, Aníbal Pinto confidenciou ao Expresso: “As suas desculpas são aceites.”
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