Na noite de segunda e na madrugada de segunda para terça-feira, repetiram-se cenas várias vezes vistas em Lisboa: ruas inundadas, passeios intransitáveis e trânsito interrompido. Os principais estragos da chuva registaram-se na zona da Baixa Pombalina, com parte de um passeio a colapsar na Rua da Prata. Ao todo, foram cerca de 120 ocorrências na cidade.
Para a Câmara Municipal de Lisboa, o problema é “estrutural”, “arrasta-se há décadas” e não se vai resolver nos próximos meses. Esta terça-feira, junto aos Paços do Concelho, Filipa Roseta, vereadora com os pelouros da manutenção e obras municipais, afirmou que “a rede subterrânea da cidade tem problemas muito grandes” e defendeu-se com outra pasta pela qual é responsável: a do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL). “Já nos comprometemos a finalizar o plano”, lembrou a vereadora em declarações aos jornalistas.
No início do mês, arrancaram as obras principais do plano desenhado pela primeira vez em 2004, era Carmona Rodrigues presidente da Câmara de Lisboa, e que entretanto foi sofrendo alterações. Essas duas empreitadas fundamentais são dois grandes túneis, com 5,5 metros de diâmetro, desenvolvidos em profundidade e que irão captar a água: um fica entre Monsanto e Santa Apolónia, o outro entre Chelas e o Beato.
Além deles, há outros pontos de captação e recolha de água ao longo da cidade, que a vão conduzir até ao rio Tejo, nomeadamente na Rua de Santa Marta, Avenida da Liberdade, Avenida Almirante Reis, e cujas obras arrancam até ao fim deste ano.
Também por todas essas obras, Filipa Roseta deixou um aviso. Não só o problema não estará resolvido em breve como os moradores enfrentarão dificuldades. “As obras vão durar pelo menos dois anos e ter um impacto grande na vida na cidade”, notou a vereadora.
Já Carlos Moedas, presidente da autarquia, no momento da assinatura com o Banco Europeu de Investimento do contrato relativo à última parcela de 90 milhões de euros (a obra custa 250 milhões) foi mais longe e chamou-o o “grande legado” do mandato. “Este contrato representa muito, representa hoje tornar o invisível em visível. Há um legado que vou deixar seguramente, que é transformar aquilo que é invisível em visível e esta obra é invisível aos olhos das pessoas, mas será a maior obra em Lisboa no nosso mandato.”
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