"Os primeiros acessos não fui eu que fiz, mas a informação foi partilhada", declarou esta segunda-feira Rui Pinto, no início do seu depoimento no processo Football Leaks.
O arguido contextualizou perante a juíza Margarida Alves como nasceu o blog Football Leaks, dizendo que nasceu de uma conversa com amigos em Praga, e admitindo que a informação que levou à ideia da criação do projeto Football Leaks surgiu "através de acessos ilegítimos".
"O Football Leaks foi uma ideia minha, foi idealizado por mim. Esta ideia ocorreu não em Budapeste, mas em Praga, onde eu e uns amigos estávamos a beber umas canecas de cerveja e a falar de futebol, de um caso de corrupção na FIFA, de esquemas de TPO (third party ownership)", declarou Rui Pinto.
O arguido recusou esclarecer quem eram os seus amigos e quem fez os primeiros acessos indevidos.
No julgamento Rui Pinto também alegou que apesar de as publicações com base em ataques informáticos à Doyen e ao Sporting datarem de 2015, o disco RP3, que lhe foi apreendido em Budapeste, "foi criado em setembro de 2016".
"Este dispositivo não foi comprado por mim, não foi configurado por mim", afirmou Rui Pinto, acrescentando que o dispositivo RP3 que está nos autos "é uma clonagem". "O meu único MacBook Pro tem um número de série diferente do que tem o computador a partir do qual foi feita a clonagem do RP3", referiu.
No seu interrogatório, Rui Pinto também negou ter utilizado vários dos programas informáticos encontrados nos dispositivos que lhe foram apreendidos, e identificados na acusação, embora confirmando o uso de outros.“Nas entidades que foram acedidas por mim não havia nenhuma que não tivesse um indício forte de cometimento de crimes”, disse.
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