A Presidência da República diz ter enviado à Procuradoria-Geral da República, a 6 de setembro, uma denúncia envolvendo o bispo D. José Ornelas sobre alegado encobrimento em casos de abusos sexuais de padres a menores em Moçambique, em 2011.
“Depois dessa data, a Presidência da República foi contactada por vários órgãos de comunicação social, para confirmar tal envio, o que naturalmente confirmou", diz o gabinete de Marcelo Rebelo de Sousa numa nota no site da Presidência.
“A 24 de setembro, o Presidente da República confirmou a D. José Ornelas esse envio, já depois de este ter sido contactado pela comunicação social sobre este assunto”, conclui a nota.
O caso diz respeito ao alegado encobrimento de José Ornelas dos casos de abuso sexual de padres sobre crianças acolhidas no orfanato no Centro Polivalente Leão Dehon, dirigido por um padre italiano em Moçambique, em 2011. E que foi revelado este sábado pelo “Público”.
O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e o Ministério Público do Braga decidiram abrir uma investigação com possíveis ligações à denúncia da autoria de um professor que trabalhou entre 2010 e 2011 naquela missão em Moçambique que chegou em setembro ao MP através da Presidência da República.
O caso tinha sido arquivado pela Justiça portuguesa em 2011. O MP justificou então que os “factos participados ocorreram em Moçambique não sendo os ofendidos cidadãos portugueses". E que por isso “não havia lugar a procedimento criminal em Portugal, por incompetência territorial”.
Esta segunda-feira, em entrevista na CNN, José Ornelas pediu perdão às vítimas de pedofilia na Igreja.
No mesmo dia, a PGR de Moçambique revelou que avançou com uma acusação contra o padre italiano responsável pelo orfanato onde ocorreram os alegados abusos sexuais contra crianças.
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