O salto na carreira dificilmente poderia ser mais abrupto. Ninguém, dentro do meio judicial, sabia quem era Pedro Miguel dos Santos Correia até há duas semanas. Isso deixou de ser assim de repente. O nome dele vai passar a encher notícias de jornais nos próximos meses. Com 44 anos, mas apenas dois de experiência como magistrado, este juiz tem pela frente a decisão de quem vai ou não a julgamento no processo de crimes financeiros mais complexo da história da Justiça portuguesa, relacionado com o colapso do Banco Espírito Santo (BES) e com o desvio de muitos milhões de euros.
Em Celorico da Beira, onde estava colocado antes de entrar este verão para o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC, conhecido como Ticão), substituindo Ivo Rosa, o magistrado não vai deixar qualquer memória na maioria das pessoas. Na rua não o conhecem. Não chegaram, na verdade, a ter oportunidade disso. Pedro Correia trabalhou durante dez meses no pequeno tribunal de província desta vila do interior, no distrito da Guarda, mas ainda debaixo de restrições da covid-19 e continuando a morar em Coimbra. O seu círculo de contactos acabou por ser muito limitado: funcionários judiciais, advogados, arguidos.
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