9 setembro 2022 7:58

Viveu o século da cidade e o tempo deixou-lhe marcas profundas e transformou-o numa quase ruína. Regenerado, o mercado reabre agora para uma vida nova, com novas funções para um tempo novo
9 setembro 2022 7:58
Após quatro projetos de arquitetura, quatro anos de obras, quatro anos com os comerciantes instalados num espaço temporário, muitos anos de avanços e recuos com promessas frustradas, infindas polémicas, sucessivas ameaças de destruição do espírito do mercado, o Bolhão está de volta. Quinze de setembro marca a reabertura oficial de portas de um espaço renovado e com um forte poder simbólico para a cidade e a região, ao ponto de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, afirmar ao Expresso: “Se não tivesse feito mais nada, só o Bolhão já justificava o meu mandato.”
O tempo se encarregará de confirmar ou desmentir o otimismo reinante em toda a estrutura municipal envolvida naquela que, ao nível do município, não pode deixar de ser vista como a obra do regime. A medida do sucesso será verificável através do nível de adesão dos portuenses à proposta comercial e arquitetónica contida numa obra cuja empreitada principal atingiu os €26 milhões, num desvio de perto de 15% em relação ao orçamentado. O montante sobe para os €50 milhões com as verbas gastas nas indemnizações aos comerciantes, instalação e funcionamento do mercado temporário ou na construção do túnel de acesso à nova cave logística, uma empreitada autónoma da qual resulta uma significativa e importante libertação de espaço público. A construção do túnel implicou o desvio da linha de água que atravessava o mercado na diagonal e foi direcionada para as ruas de Sá da Bandeira e Fernandes Tomás.