2 setembro 2022 7:34

O documento, de 131 páginas, escrito em inglês, está intitulado “A Primeira Grande Conspiração Antissemita do Século XXI”
fernando veludo/nfactos
Numa queixa à Procuradoria Europeia, a Comunidade Israelita do Porto acusa “agentes do Estado” e os media de conspirarem para que não haja “mais Patricks Drahis” no país
2 setembro 2022 7:34
A Comunidade Israelita do Porto (CIP) apresentou uma queixa na Procuradoria Europeia acusando “figuras relevantes do Governo” português, do Parlamento e os media de levarem a cabo uma “conspiração antissemita”, associada a “sinais de corrupção” que lesam “financeiramente” a União Europeia. O documento, de 131 páginas, escrito em inglês e intitulado “A Primeira Grande Conspiração Antissemita do Século XXI”, a que o Expresso teve acesso, denuncia “um caso de impensável antissemitismo de estilo soviético” num país da UE, com o objetivo de destruir a legislação que garante a nacionalidade a judeus sefarditas, difamar a “maior comunidade” judaica do país e “rejeitar politicamente” os “cerca de 40 mil” israelitas que obtiveram passaporte português.
Segundo a CIP, a conspiração começou em finais de 2021, quando a cidadania portuguesa do magnata russo Roman Abramovich veio a público. E se os seus “verdadeiros perpetradores são ainda desconhecidos”, certo é que “inventaram uma história fantasiosa sobre uma ‘porta aberta’ para a imigração ilegal em troca de dinheiro”. A Operação Porta Aberta, que desde fevereiro investiga ilegalidades na atribuição de passaportes a judeus sefarditas, assenta em “denúncias anónimas” feitas por “malfeitores, conspiradores e agentes do Estado”, a fim de perseguir não só a CIP, mas sobretudo Patrick Drahi e os “homens mais ricos do país”.