27 agosto 2022 20:33

Imigração, regresso de emigrantes e fuga do centro para a periferia explicam as conquistas de novos residentes na última década. Autarcas pedem mais recursos
27 agosto 2022 20:33
À freguesia de Chafé, no litoral de Viana do Castelo, têm chegado franceses, belgas e italianos já reformados, indianos e paquistaneses para a pesca, e dezenas de famílias brasileiras que se empregam na restauração e comércio. Com 3450 habitantes, Chafé ganhou 600 novos residentes entre 2011 e 2021, grande parte de nacionalidade estrangeira. Não muito longe, também a freguesia de Feitosa, um pequeno ponto no mapa ao lado da vila de Ponte de Lima, ganhou mais vida com meio milhar de novos habitantes, graças aos ponte-limenses que abandonaram as aldeias mais afastadas para se aproximarem da sede do concelho onde tudo se concentrou na última década. Ambos os locais fazem parte da curta lista de freguesias que ganharam população desde 2011, contrariando a tendência de perda que caracteriza a maior parte do território.
Os Censos de 2021, do Instituto Nacional de Estatística, mostram que o país perdeu 217 mil habitantes em dez anos. Só 16% das freguesias (482 das 3092) ganharam população e, em geral, são aumentos pequenos, quase sempre inferiores a mil pessoas. Ainda assim, em 17 freguesias, espalhadas sobretudo pela Área Metropolitana de Lisboa, litoral alentejano e costa algarvia, as subidas foram superiores a 20%, suficientes para que se sinta diferença. Nesses casos, os autarcas apontam quatro grandes explicações: imigração, com a entrada de trabalhadores estrangeiros; aproximação das populações às sedes de concelho, onde os serviços se concentraram; saída do centro das cidades para zonas mais periféricas, em busca de casas maiores e mais baratas; e regresso de emigrantes reformados.