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Medicina de precisão, vacinas e inteligência artificial de ponta: há esperança renovada na luta contra o cancro

Medicina de precisão, vacinas e inteligência artificial de ponta: há esperança renovada na luta contra o cancro

As mais recentes descobertas sobre a doença oncológica abrem possibilidades de investigação, de terapêutica e de diagnósticos cada vez mais precoces, que salvam vidas. Mas, afinal, há mesmo uma vacina contra o cancro? O que faz? A Humanidade está perto de encontrar "a cura"? Os investigadores ouvidos pelo Expresso explicam os mais recentes avanços e dizem que há razão para ter esperança

"Não é ficção científica, é uma coisa que já está a acontecer nos hospitais um pouco por todo o mundo, e até mesmo em Portugal." Júlio Oliveira, investigador e oncologista do Centro de Medicina de Precisão do IPO, é um dos observadores mais diretos sobre o impacto dos desenvolvimentos científicos na área do cancro, que, nos últimos anos, têm sido muitos. O especialista refere-se a ideias que há dez anos pareceriam demasiado utópicas: no centro de ensaios clínicos de fase um, Júlio Oliveira vê em marcha o processo para transformar em laboratório, através de procedimentos de engenharia celular, as células do sistema imunológico, voltando, depois, a administrá-las ao doente. As células tornam-se, então, máquinas mais eficientes no reconhecimento das suas companheiras celulares anormais, e essa é apenas uma das grandes evoluções aplicadas já em hospitais em todo o mundo. Começa também a fazer parte da prática clínica a utilização de CAR T cells [células T que foram geneticamente modificadas para produzir um recetor artificial de célula T para uso em imunoterapia].

Se chegam ao conhecimento público e mediático cada vez mais notícias animadoras, é porque, garante o oncologista, a investigação nesta área está em franco desenvolvimento. As terapias celulares abriram um leque vasto de possibilidades. "Há a expectativa de se poder, mesmo em contexto de doença avançada, já submetida a múltiplos tratamentos convencionais de quimioterapia e imunoterapia, chegar à cura", admite, em entrevista ao Expresso, embora manifeste a vontade de guardar "cautela" quando o assunto é "cura". Mas há já um pequeno número de doentes em que se verifica o desaparecimento consistente da doença, após a chamada à cena da medicina de precisão.

"Temos todos, como Humanidade, cada vez mais esperança", admite o médico, exemplificando que tratar pacientes com cancro de pulmão metastizado há uma década era "radicalmente diferente" do que é hoje. A expectativa de sobrevivência também se distanciou muito, dada a "evolução fantástica" dos conhecimentos. Começa a ser possível, por exemplo, - embora seja difícil - produzir em laboratório anticorpos dirigidos a praticamente qualquer alvo biológico.

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