A serra da Estrela, onde a Proteção Civil diminuiu no fim de semana o dispositivo sem consolidar o rescaldo, está a arder há 10 dias. As chuvas da última madrugada pouco ajudaram e as chamas encaminham-se agora para Belmonte
O fogo da serra da Estrela, que começou a 6 de agosto no concelho da Covilhã, está ao início da tarde desta terça-feira junto a Belmonte, na localidade do Colmeal. A estrada que liga Valhelhas a Belmonte está condicionada e o mesmo sucede na aldeia de Colmeal. O fogo teve um reacendimento violento na tarde de segunda-feira e alastrou de novo pela serra, obrigando a evacuar as localidades de Valhelhas e Gonçalo, na Guarda, e Vale Formoso, na Covilhã.
O fogo foi dado como dominado às 23h36 de sexta-feira dia 12 e seguiram-se trabalhos de rescaldo e vigilância em todo o perímetro, que se estenderam ao longo do fim de semana. Estas operações mobilizaram 1465 bombeiros, 433 veículos e cinco meios aéreos. Com o fogo estabilizado, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) reduziu os meios, que no domingo já só ocupavam 662 operacionais com 203 viaturas. E que continuaram a diminuir.
Meios que “foram desviados para os incêndios de Tomar e Abrantes, na noite de domingo para segunda-feira”, confirmou ao Expresso António Nunes, presidente da Liga de Bombeiros Portugueses.
O responsável explicou que a diminuição do número de efetivos “só poderia ocorrer com um dispositivo de vigilância” em todo o perímetro, que garantisse resposta a reacendimentos. Faltou “certificar a extinção em todo o perímetro”, afirmou Nunes.
Em causa estão os reacendimentos, constantes devido aos ventos. “Baixou-se a guarda”, confirmou um chefe de equipa de combate. “Há um reacendimento, envia-se uma equipa, não se consolida o rescaldo e quando há uma reativação chama-se-lhe projeção”, adiantou outro comandante.
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