Sociedade

Pais que se opuseram ao ensino de educação sexual perderam casos no Tribunal Europeu

Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo
Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo
VINCENT KESSLER/REUTERS

Pais dos alunos impedidos de frequentar as aulas de Cidadania querem levar caso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, organismo que defende a educação sexual e se tem recusado a condenar os países que a impõem

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) defende a educação sexual e tem-se recusado a condenar os países que a impõem. Apesar de reconhecer que o Estado não pode usar o ensino público para doutrinar, o TEDH considera, segundo o “Diário de Notícias”, que os pais não têm o direito de impedir que os filhos sejam confrontados com ideias contrárias às suas convicções.

A história da família Mesquita Guimarães, de Famalicão, cuja mãe e pai pertencem à organização conservadora católica Opus Dei, não é única. Em 2013, de acordo com o site da Alliance Defending Freedom (ADF), uma organização cristã conservadora norte-americana, o governo alemão retirou os filhos a um casal cristão. A ADF descreve a situação como "um crescente controlo dos Estados sobre as famílias e a promoção de conformidade ideológica". O caso foi levado ao TEDH.

No entanto, o TEDH decidiu que as ações do país não violaram os direitos da família de acordo com a lei internacional. Este resultado levou a ADF a pedir doações para "uma defesa forte e em todo o mundo dos cristãos que - como os Wunderlich - estão a ser punidos pela sua fé".

O caso dos pais portugueses que impedem os filhos de frequentar as aulas de Cidadania está agora no Tribunal de Família e Menores de Famalicão, onde decorre um processo de promoção e proteção dos dois adolescentes, no âmbito do qual o Ministério Público pediu a retirada parcial da custódia dos filhos aos pais. Contudo, os pais já manifestaram a intenção de levar o assunto ao TEDH.

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