O perímetro florestal da serra de Sintra e os monumentos que ali existem vão estar encerrados, pelo menos, até sexta-feira devido ao elevado risco de incêndio, avançou à agência Lusa o presidente da Câmara, Basílio Horta. A decisão obriga a que fechem portas o Palácio da Pena, o Castelo dos Mouros, o Palácio de Monserrate, o Convento dos Capuchos, todos localizados no interior da serra, e até a Quinta da Regaleira, no limite da malha urbana, mas cujo acesso pode implicar a circulação pela área de maior risco. No centro de Sintra, apenas vai permanecer aberto o Palácio da Vila (das chaminés).
A decisão foi tomada esta manhã pelo gabinete de crise da autarquia e implica a proibição de circulação de pessoas e viaturas, estacionamento e permanência de viaturas no interior do perímetro florestal, excetuando-se os veículos de moradores e de empresas ali sediadas, de socorro, de emergência e da Proteção Civil. A medida não é inédita, explicou ao Expresso o gabinete de Basílio Horta, tendo já sido tomada anteriormente, noutras situações de risco agravado de incêndio.
“Temos muita consciência deste momento de urgência que estamos a viver. Sintra é um concelho com peculiaridades porque temos uma zona rural extensa, uma zona florestal extensa e uma zona urbana extremamente concentrada. Portanto, temos problemas acrescidos que temos que encarar e resolver”, justificou o autarca.
Da reunião do gabinete de crise da autarquia saiu também a decisão de os Comandos e do Regimento de Artilharia Anti-Aérea de Queluz de fazer vigilância permanente na serra.
“Os nossos corpos de bombeiros estão totalmente mobilizados. As pessoas que estavam de férias voltaram todas. Temos grupos constituídos para atuar no espaço urbano, na serra e, portanto, há uma organização que está montada para um combate imediato e solidário, entre todas as corporações de bombeiros”, sublinhou. Basílio Horta referiu ainda que o município de Sintra tem ao seu dispor um meio aéreo para combate aos incêndios, existindo já contactos para “a eventualidade de serem necessários mais”.
As medidas vão estar em vigor até sexta-feira, mas o autarca de Sintra admite a possibilidade de virem a ser prolongadas. “Para já é até sexta-feira, que é o tempo da contingência, mas vamos seguir ao dia. Portanto, se for necessário prolongar prolongámos, evidentemente”, apontou.
A serra de Sintra integra uma região de proteção classificada sensível ao risco de incêndio florestal, caracterizada por um elevado número de visitantes, apontou a câmara municipal, reforçando que se torna fundamental acautelar a sua proteção, manutenção e conservação.
Portugal continental entrou às 00h00 de hoje em situação de contingência, que deverá terminar às 23h59 de sexta-feira, mas que poderá ser prolongada caso seja necessário. Foi decidida devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país, segundo disse, no sábado, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
Devido à situação de risco, Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e a Comissão europeia mobilizou, no domingo, dois aviões espanhóis para combater os incêndios no território português.
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