Pobreza: Falta de habitação e baixos salários entre os maiores problemas que chegam às instituições
Mais de 20% das famílias endividadas que pediram ajuda à Deco este ano ganham menos do que o salário mínimo. Quase 70% trabalham
Mais de 20% das famílias endividadas que pediram ajuda à Deco este ano ganham menos do que o salário mínimo. Quase 70% trabalham
Jornalista
As carências sociais de migrantes e de estudantes universitários estão entre os seis maiores problemas a chegar às instituições. A falta de habitação e os baixos salários, transversais a todo o país, são considerados os mais difíceis de resolver.
Faltam casas, não há habitação social, as rendas não são compatíveis com os salários e a sobrelotação está a tornar-se mais frequente, dizem as instituições sociais. As dificuldades não estão só nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, mas em muitos outros pontos do país, como Faro, Beja, Castelo Branco, Coimbra ou Portalegre. “Existe pouca habitação social e é muito difícil arrendar. Um T2 ronda os €700 na cidade de Faro, e isso é um salário mínimo”, resume Ana Sofia Pereira, da Cáritas do Algarve. Em Setúbal, a pandemia aumentou o número de sem-abrigo, o que levou a instituição a arrendar apartamentos partilhados, através de um protocolo com a Segurança Social, para acomodar cerca de 15 pessoas que ficaram sem casa. As autarquias também não conseguem dar resposta aos pedidos de apoio das famílias, incluindo de migrantes que chegam como resposta à falta de mão de obra em áreas como a agricultura.
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