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Um único carregador para tudo (saiba o que vai mudar)

Um único carregador para tudo (saiba o que vai mudar)
Getty Images

A partir de 2024, a maioria dos gadgets comercializados na UE vai passar a disponibilizar a porta USB-C para o carregamento de baterias

O que muda?
Comissão Europeia, Parlamento Europeu e governos dos Estados-membros aprovaram esta terça-feira uma alteração à Diretiva Europeia dos Equipamentos de Rádio que impõe o USB-C como norma obrigatória para vários dispositivos que os consumidores usam no dia-a-dia.

Quando muda?
A partir do outono de 2024, os novos telemóveis, tablets, câmaras, consolas portáteis, auriculares, óculos e capacetes de realidade virtual, microfones, leitores de livros eletrónicos, teclados, ratos e sistemas de navegação vão ter de disponibilizar porta USB-C para garantir o carregamento (também permite transferência de dados). Os computadores portáteis são obrigados a incorporar a porta USB-C a partir de 2026.

E os dispositivos que já estão na loja?
Depois do anúncio informal sobre o sucesso das negociações tripartidas, segue-se a publicação da medida em jornal oficial num prazo de 20 dias. Uma vez formalizada, a alteração à diretiva deverá ser vertida para a legislação nacional num prazo de dois anos. Apenas os equipamentos lançados depois da entrada em vigor desta alteração são obrigados a ter a porta USB-C incorporada de origem. Pelo que, nos primeiros tempos, é provável que se encontrem à venda nas lojas equipamentos que foram fabricados antes da alteração e que não têm USB-C, ao lado de novos dispositivos que já cumprem a regra do carregador único.

E o carregamento rápido?
As instâncias europeias querem evitar que a regra seja contornada através do lançamento de carregadores de diferentes velocidades que são incompatíveis. E por isso todas as marcas estão obrigadas a garantir a compatibilidade de velocidades entre dispositivos e carregadores classificados como “rápidos”. E sim, também nos carregamentos rápidos a norma será USB-C.

Porquê um carregador único?
Logo à cabeça surgem as questões de sustentabilidade, que apontam para poupanças de 250 milhões euros anuais, através da diminuição do fabrico de carregadores. Estimativas reveladas pelo Parlamento Europeu indicam que todos os anos os carregadores de baterias produzem 11 mil toneladas de lixo eletrónico. Para os consumidores, também será vantajoso mudar de telemóvel ou comprar um qualquer gadget, sabendo que podem aproveitar carregadores USB-C que já têm em casa e evitar a compra de mais dispositivos. A Apple aparenta ser a marca mais desagradada com esta medida, uma vez que tinha planos definidos para manter os carregadores com porta Lightning, como um ativo distintivo do ecossistema da “maçã”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: senecahugo@gmail.com

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