Exclusivo

Sociedade

Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância recomenda que Portugal ensine nas escolas a história da “violência” colonial

Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância recomenda que Portugal ensine nas escolas a história da “violência” colonial
MÁRIO CRUZ/LUSA

Portugal tem duas metas a atingir relacionadas com o racismo: diminuir a discriminação nas forças policiais e incluir nas disciplinas de História o ensino do outro lado do período colonial. Esta quinta-feira, a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) publicou o relatório anual em que se mostra preocupada com o crescente aumento do sentimento anti-LGBTI. Em entrevista ao Expresso, a presidente Maria Daniella Marouda garante não estar surpreendida e recorda que estes movimentos começaram pelo crescente de ideais “ultranacionalistas”. “Vemos alguns líderes políticos com discursos agressivos com o intuito de parecerem campeões dos valores tradicionais”

Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância recomenda que Portugal ensine nas escolas a história da “violência” colonial

Marta Gonçalves

Coordenadora de Multimédia

Quais são as maiores preocupações da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) na Europa e porquê?
Desde logo a continuidade do impacto do covid-19 nos grupos vulneráveis, porque o impacto desta crise de saúde pública combinada com uma série de outras crises — humanitária, social, migratória — afetam ainda mais aqueles que já são os mais vulneráveis nos tempos normais. Entre os mais vulneráveis, os mais frágeis de todos seriam os ciganos, migrantes, refugiados, pessoas que fogem da guerra da Ucrânia ou de outra guerra qualquer. A segunda tendência é racismo na polícia. Desde a morte de George Floyd nos EUA, o assunto da violência policial tem continuado na Europa com uma série de países a batalhar com este assunto: como tratá-lo ou como abordá-lo. Vai sobretudo para lá de uns pequenos casos individuais e isso é que é alarmante. O facto de nem sempre termos mecanismos independentes para recolher queixas aumenta a sensação de impunidade e isso é a gasolina para a desconfiança entre o público e entre os mais vulneráveis. A terceira tendência é a situação das pessoas LGBTI. Outra vez: vemos que numa série de países há um claro progresso em que temos reconhecimento legal, mas, ao mesmo tempo, vemos noutros países alguns líderes políticos com discursos agressivos contra as pessoas LGBTI, com o intuito de parecerem campeões dos valores tradicionais.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mpgoncalves@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate