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Vida dura no turismo: "Cada empregado carrega cerca de 2000 pratos por dia e até os estagiários dizem que é pior do que estar nas obras"

"A carga de trabalho aumentou muito, hoje em dia em Lisboa trabalha-se o triplo", refere Rui Narquel, empregado de mesa na hotelaria há 18 anos
"A carga de trabalho aumentou muito, hoje em dia em Lisboa trabalha-se o triplo", refere Rui Narquel, empregado de mesa na hotelaria há 18 anos
Ana Baiao

O Expresso falou com trabalhadores do turismo que têm experiência em hotéis de cinco estrelas há mais de uma década, fazem limpezas, estão na cozinha ou a servir à mesa. Com salários baixos, sob pressão e sem poderem tirar férias quando querem, estão agora também a 'pagar' pela escassez de mão-de-obra no sector com uma carga extra de trabalho

Vida dura no turismo: "Cada empregado carrega cerca de 2000 pratos por dia e até os estagiários dizem que é pior do que estar nas obras"

Ana Baião

Fotojornalista

São os trabalhadores essenciais do turismo - limpam quartos, servem à mesa ou preparam refeições em cozinhas - e estão a ser tão procurados pelos hotéis como se valessem ouro. Mas depois não são pagos a esse peso.

O sector perdeu mais de 40 mil trabalhadores com a pandemia e, num momento em que o turismo está rapidamente a recuperar, são precisas com urgência mais 15 mil pessoas na contratação para o verão, segundo as associações hoteleiras. Para suprir a escassez, o Governo desdobra-se a fazer acordos para trazer imigrantes dos PALOP, do Brasil ou da India.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística, trabalhados pela Confederação do Turismo de Portugal, revelam um cenário ainda mais impressivo: se no final de 2019 havia 330 mil pessoas empregadas na hotelaria e restauração, no início de 2021 esse número estava reduzido a menos de 164 mil. O peso na população empregada era então de cerca de metade do que se registava um ano antes. E essas dificuldades perduram.

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