June Marks representava o ex-banqueiro na África do Sul no processo de extradição para Portugal e não considera que o português tenha sido vítima de homicídio na prisão de Westville apesar de partilhar uma cela sobrelotada
Jornalista
June Marks, a advogada que representava João Rendeiro, avisou as autoridades sul-africanas de que iria deixar de representar o ex-banqueiro português. Ao Expresso, June Marks confirmou a informação, acrescentando que ia desistir de ser sua representante legal porque Rendeiro não tinha dinheiro para pagar os seus serviços: “Ele não me permitiu deixar de ser sua advogada”.
Questionada pelo Expresso, June Marks não considera que Rendeiro tenha sido vítima de homicídio, apesar de partilhar uma cela sobrelotada. "Não conseguiram impedi-lo. Duvido que tenha sido homicídio. Ele enforcou-se."
A advogada foi chamada esta sexta-feira para identificar o corpo do ex-presidente do BPP e vai iniciar os procedimentos da trasladação para Portugal.
Numa nota, a procuradoria-geral sul africana revela que a conferência de pré-julgamento para a audiência de extradição de João Rendeiro tinha sido marcada para 20 de Maio de 2022, na próxima sexta-feira.
“Durante esta semana, o Estado recebeu uma notificação do representante legal do Rendeiro, declarando que este retirava os seus serviços. O Estado requisitou então que o Rendeiro comparecesse hoje no Tribunal de Verulam Magistrates para que as questões jurídicas pudessem ser abordadas antes da conferência de pré-julgamento da próxima semana.”
Mas antes dos procedimentos desta sexta-feira, o Estado foi informado de que Rendeiro tinha falecido. “O NPA [procuradoria geral sul-africana] aguarda a confirmação deste facto. O Magistrado adiou o processo para 20 de Maio de 2022 para que o tribunal confirmasse a morte do Rendeiro e decidisse mais sobre o assunto.”
João Rendeiro foi encontrado sem vida na sua cela. June Marks garantiu ao Expresso que o ex-banqueiro se enforcou.
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