Não existem conclusões, só hipóteses. E a mais plausível para a causa ainda desconhecida da hepatite aguda pediátrica, que atingiu já dezenas de crianças em vários países, é a de que uma infeção por adenovírus, que, em circunstâncias normais, provocaria uma constipação ligeira, funcione como um co-fator para uma forma mais grave de infeção hepática (hepatite).
No relatório publicado na tarde desta quinta-feira pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), constam também outras possíveis causas, como diferentes agentes infecciosos ou tóxicos. "Ainda estão sob investigação e não foram excluídas, mas são consideradas menos plausíveis", pode ler-se. Em parte, porque em Inglaterra e na Escócia, 75,5% e 50% dos casos, respetivamente, testaram positivo para adenovírus.
É, aliás, no Reino Unido que até agora se registam mais casos: 111. À data desta quarta-feira, segundo o ECDC, em 12 países da União Europeia somaram-se 55 casos prováveis e confirmados. Um caso foi reportado no Japão, outros 12 foram referidos nos Estados Unidos e também 12 em Israel.
"As primeiras investigações epidemiológicas de casos no Reino Unido não conseguiram identificar uma exposição comum (a alimentos, medicamentos ou toxinas)", refere também o relatório. Sabe-se, porém, que nos países que notificaram episódios de hepatite aguda pediátrica, a grande maioria das crianças não tinha historial clínico significativo e era saudável.
Na UE os “casos são esporádicos”
A entidade europeia insiste: esta doença é bastante rara e as provas em torno da transmissão continuam por identificar.
Na União Europeia, os casos são esporádicos. "No entanto, considerando os relatos de insuficiência hepática aguda, com alguns casos a necessitarem de transplante hepático, o impacto potencial para a população pediátrica afetada é considerado alto", diz a ECDC, acabando por considerar este surto um caso de saúde pública que acarreta preocupação.
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