George Pantalos não trata das doenças dos astronautas, mas mantém a expectativa de que os projetos que tem vindo a desenvolver nos laboratórios da Universidade de Louisville, nos EUA, possam abrir caminho a novos equipamentos, tecnologias e medicamentos que poderão salvar a humanidade no dia em que voltar a pisar o rególito lunar ou se estrear em Marte.
Muitos dos efeitos produzidos pelo ambiente agressivo do Espaço ainda são desconhecidos – e ainda terão de ser estudados antes que o programa Artemis, da NASA, ou qualquer outro com propósitos similares, consiga enviar astronautas que serão também os pioneiros da construção civil espacial com a instalação das primeiras bases lunares que deverão ser ocupadas durante longas temporadas. A perda de músculo e cálcio é apontada como um dos principais efeitos nefastos, mas há também efeitos relatados no sistema imunitário, nos globos oculares, e na espinha dorsal. Em 30 anos, Pantalos e a sua equipa desdobraram-se por múltiplos voos parabólicos que recriam a microgravidade para desenvolverem novas soluções para a promissora medicina espacial. Algumas destas experiências são abordadas em entrevista aqui publicada no Expresso e vão estar em destaque quando o médico americano vier participar como uma das cabeças de cartaz do Congresso Tec2Med que arranca esta sexta-feira.
O que acontece quando um astronauta adoece?
Depois das missões espaciais Apollo, que levaram astronautas à Lua, os voos espaciais tripulados têm estado limitados a órbitas a 300 a 500 quilómetros de altitude… é próximo o suficiente para garantir que um astronauta na Estação Espacial Internacional (ISS) que tenha um problema pode ser encaminhado para um hospital em Terra em cerca de seis horas! A maioria das coisas disponíveis na ISS são kits avançados de primeiros-socorros, que foram ficando cada vez maiores ao longo dos programas de exploração espacial. Se houver cortes ou pequenas lacerações (nos astronautas), há materiais para garantir o tratamento, travar a perda de sangue... ou antibióticos.
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