Patrick Drahi é o segundo caso suspeito no processo que levou à detenção do rabino do Porto. Daniel Litvak foi libertado na madrugada de sábado, mas tem de se apresentar numa esquadra três vezes por semana. João Almeida Garrett, advogado do Porto é o segundo arguido do processo.
A investigação da PJ sobre como Roman Abramovich conseguiu a nacionalidade portuguesa através da lei dos sefarditas já tem dois arguidos: Daniel Litvak, rabino e líder da comunidade israelita do Porto que ontem foi presente a um juiz de instrução criminal de Lisboa; e João Almeida Garrett, advogado do Porto e membro da direção mesma comunidade.
Para além da atribuição da nacionalidade portuguesa ao oligarca russo, está também a ser investigada a maneira como da Patrick Drahi, empresário marroquino que é dono e fundador da Altice, conseguiu naturalizar-se português em 2016.
Litvak e Almeida Garrett estão indiciados por vários crimes que vão de corrupção a associação criminosa, passando por falsificação de documentos e branqueamento de capitais. A PJ suspeita que tenham desviado parte dos 35 milhões de euros que a comunidade recebeu em doações desde que entrou em vigor a lei dos sefarditas e permite a naturalização de quem consiga provar que é descendente dos judeus expulsos de Portugal pelo rei D. Manuel I em 1492
Daniel Litvak já sabe as medidas de coação a que está sujeito: teve de entregar os dois passaportes que possui (israelita e argentino), está proibido de sair do país e tem de se apresentar numa esquadra três vezes por semana. Não pode contactar com Almeida Garret, o segundo arguido do processo. Foi detido na sexta feira e presenta a um juiz de instrução no mesmo dia. Saiu do tribunal às primeiras horas da madrugada de sábado,
À juíza Maria Antónia Andrade negou a prática de qualquer crime, explicou que a naturalização de Drahi foi feita pela comunidade israelita de Lisboa e a própria comunidade israelita do Porto garantiu ao Expresso: “Toda a atividade da comunidade passa por bancos e não há qualquer possibilidade de desvio de fundos a favor de quem quer que seja. A vice-presidente e o tesoureiro controlam integralmente esta parte"
Segundo uma fonte próxima do processo, a operação da PJ terá mais alvos e a detenção de Litvak foi precipitada pelo facto de o rabino tencionar viajar para Israel. Foi detido no aeroporto do Porto.
*Notícia retificada às 12h25: o Expresso escreveu erradamente que Drahi era arguido do processo Abramovich. O processo de naturalização do empresário está a ser investigado pela PJ
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