A história sobre como Álvaro Sobrinho desviou centenas de milhões de euros do Banco Espírito Santo Angola (BESA) já é conhecida há vários anos em Portugal. Desde 2014, com o colapso do BES e a descoberta de um buraco de 5,7 mil milhões de dólares em créditos malparados concedidos pela sua filial angolana, que o Ministério Público está a tentar resolver o caso. Em 2018, uma investigação do Expresso revelou ao pormenor, com base numa fuga de informação obtida pela revista alemã “Der Spiegel”, o modo como Sobrinho e a sua família se apropriaram de 615 milhões de dólares do BESA entre 2010 e 2013, quando ele era ainda o seu presidente. Mas, afinal, parece que essa não é a história toda.
Agora, uma nova fuga de informação com dados de 30 mil clientes do Credit Suisse, partilhada pelo jornal “Süddeutsche Zeitung”, e um conjunto de novos documentos obtidos pelo consórcio OCCRP revelam factos inéditos sobre um esquema alegadamente montado por Sobrinho entre 2009 e 2010 para desviar €750 milhões de uma linha de crédito que deveria financiar um projeto de habitação social em Angola. O estratagema coincidiu com a abertura das primeiras contas do presidente do BESA naquele banco suíço.
Numa dessas contas do Credit Suisse, aberta em dezembro de 2009, Álvaro Sobrinho acumulou 78 milhões de francos suíços (€54 milhões) em apenas cinco meses, até abril de 2010. Um montante muito acima do que recebia enquanto CEO do BESA, já que os relatórios e contas dessa época mostram que a administração inteira do banco recebia cerca de 4 milhões de dólares por ano.
O projeto de habitação social em causa foi concebido por uma empresa de nome Jeosat Angola Limitada, detida e dirigida por Carlos Rodrigues, e previa a construção de 1 milhão de casas pré-fabricadas de baixo custo em Cazenga, uma cidade da província de Luanda.
LEIA A NOTÍCIA COMPLETA NA EDIÇÃO EM PAPEL DO EXPRESSO DESTA SEXTA-FEIRA OU NA VERSÃO DIGITAL PARA ASSINANTES
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mrpereira@expresso.impresa.pt