Sociedade

Comprar velho e beber novo: há vinhos do Porto cuja idade não é bem aquela que está no rótulo

FOTO: RUI DUARTE SILVA
FOTO: RUI DUARTE SILVA

Estudo de carbono-14 a 20 garrafas Tawny 10 anos e 20 anos revela que vinho tinha menos idade em metade dos casos

Os olhos também bebem e a atração por um vinho começa muitas vezes por aí. Uma garrafa bem desenhada, um nome elegante, uma mensagem certeira. O Royal Oporto Tawny 10 anos tem tudo isso. Beleza na forma, nobreza no título, uma informação sedutora. No contrarrótulo vem que “este soberbo Porto foi pacientemente envelhecido ao longo de dez anos nas reputadas caves da Real Companhia Velha, em Vila Nova de Gaia”. 

Mas nem tudo é exatamente o que parece. Pelo menos, a crer num estudo científico realizado por uma equipa da Universidade de Groningen, na Holanda, especializada em determinar a idade de materiais orgânicos a partir de uma técnica com base em carbono-14. Segundo essa investigação, metade de um conjunto de vinhos do Porto Tawny 10 anos e Tawny 20 anos, comprados aleatoriamente em lojas holandesas e sujeitos a análises de laboratório em Groningen, são menos velhos do que o declarado no rótulo. 

Coordenado pelo professor catedrático Harro Meijer, o estudo de carbono-14 (14C) ao vinho do Porto explora o facto de este isótopo estar presente com quantidades específicas na matéria orgânica consoante o ano em que foi absorvido (ver texto nesta pág.). A investigação incidiu sobre dois componentes essenciais do vinho, ambos orgânicos e com origem nas uvas: o açúcar e o álcool etanol. “Com base nas medições efetuadas ao 14C, tornou-se claro que em 14 dos 20 vinhos do Porto Tawny investigados, a idade dos ingredientes analisados diverge das idades esperadas. Quatro dos vinhos do Porto são mais velhos do que o esperado e dez são mais novos.”

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