A audição de João Rendeiro no tribunal de Verulam, em Durban, foi novamente adiada. Agora para quarta-feira.
O ex-banqueiro fez uma pequena declaração aos jornalistas que estavam na sala de audiências a dizer que não vai regressar a Portugal.
A audição servia para um juiz determinar a medida de coação a aplicar ao ex-banqueiro, que foi detido este sábado num hotel de luxo. Tanto a defesa como o Ministério Público pediram um adiamento para terem acesso a todos os dados que constam no processo relativo ao ex-banqueiro.
Já na segunda-feira a audiência tinha sido adiada a pedido da defesa com o argumento de que há um grande volume de documentos que precisam de ser lidos e analisados. June Marks, em declarações à SIC Notícias, explicou ainda que na terça-feira não iria tratar-se do processo de extradição. "Creio que todos interpretaram mal os procedimentos da África do Sul. Não estamos perante um processo de extradição. Trata-se de uma primeira audiência na África do Sul, que é muito diferente das que têm em Portugal. É uma mera audiência para determinar o que vai acontecer a seguir."
Esta segunda-feira, o ex-banqueiro foi identificado no tribunal de Verulam e depois regressou à prisão. A defesa pediu ao tribunal a libertação sob fiança do ex-banqueiro. Mas esta foi recusada pelo Ministério Público.
Segundo uma fonte judicial, o juiz tem um prazo de 18 dias para tramitar o processo de extradição. Este prazo é prorrogável por mais 40 dias. O Ministério Público português, através do Ministério da Justiça, terá de enviar para a África do Sul um pedido de extradição fundamentado. No caso de Rendeiro recusar a extradição, o juiz decidirá se cumpre ou não o pedido. Qualquer que seja a decisão, haverá sempre recurso para um tribunal superior.
João Rendeiro foi preso no sábado, num hotel em Durban, na sequência de uma operação de cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana. Estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal.
O ex-presidente do extinto Banco Privado Português (BPP) foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que João Rendeiro retirou do banco 13,61 milhões de euros. O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
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