Sociedade

João Rendeiro vai ser ouvido amanhã no tribunal de Durban

João Rendeiro
João Rendeiro
Tiago Miranda

Advogada do ex-banqueiro pediu a sua libertação sob fiança mas MP não aceitou. "Não estamos perante um processo de extradição. Trata-se de uma primeira audiência." Estava previsto que Rendeiro fosse ouvido esta segunda-feira no Tribunal de Verulam, em Durban. Amanhã o juiz deverá decidir se vai aguardar os trâmites do processo em liberdade ou em prisão preventiva

João Rendeiro vai ser ouvido amanhã no tribunal de Durban

Hugo Franco

Jornalista

João Rendeiro vai ser ouvido amanhã no tribunal de Durban

Rui Gustavo

Jornalista

João Rendeiro irá ser ouvido amanhã, terça-feira, no tribunal de Verulam, nos subúrbios de Durban, na África do Sul. Um juiz vai determinar a medida de coação a aplicar ao ex-banqueiro, que foi detido este sábado num hotel de luxo naquela cidade costeira.

A defesa de Rendeiro pediu um adiamento da sessão que estava prevista para esta segunda-feira, que foi aceite pelo tribunal. A advogada June Stacey Marks disse à Sic Notícias que não teve tempo para ler todo o processo. "João Rendeiro está bem. Há um grande volume de documentos que precisam de ser lidos e analisados", afirmou.

June Stacey Marks explicou ainda que na terça-feira não será tratado o processo de extradição. "Creio que todos interpretaram mal os procedimentos da África do Sul. Não estamos perante um processo de extradição. Trata-se de uma primeira audiência na África do Sul, que é muito diferente das que têm em Portugal. É uma mera audiência para determinar o que vai acontecer a seguir."

Esta segunda-feira, o ex-banqueiro foi identificado no tribunal de Verulam e depois regressou à prisão de Westville. A advogada avançou à agência Lusa que pediu hoje ao tribunal a libertação sob fiança do ex-banqueiro. Mas foi recusado pelo Ministério Público.

De acordo com a SIC Notícias, a advogada foi contratada há três meses, ou seja, pouco tempo depois de João Rendeiro ter chegado a Joanesburgo.

MP tem de enviar pedido de extradição fundamentado

Segundo uma fonte judicial, o juiz tem um prazo de 18 dias para tramitar o processo de extradição. Este prazo é prorrogável por mais 40 dias. O Ministério Público português, através do Ministério da Justiça, terá de enviar para a África do Sul um pedido de extradição fundamentado. No caso de Rendeiro recusar a extradição, o juiz decidirá se cumpre ou não o pedido. Qualquer que seja a decisão, haverá sempre recurso para um tribunal superior.

Este fim de semana, o gabinete da Procuradoria-Geral da República revelou que "tendo sido formulado, através da Interpol, um pedido de detenção provisória, com vista à extradição de João Rendeiro, será, na sequência da sua detenção, formalizado agora o pedido de extradição".

João Rendeiro foi preso no sábado, num hotel em Durban, na província sul-africana do KwaZulu-Natal, numa operação que resultou da cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana.

O ex-banqueiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal.

O ex-presidente do extinto Banco Privado Português (BPP) foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que João Rendeiro retirou do banco 13,61 milhões de euros.

O colapso do BPP, em 2010, lesou mais de seis mil clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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