Sociedade

Augusto Santos Silva revela que Rendeiro não pediu apoio consular na África do Sul

Augusto Santos Silva revela que Rendeiro não pediu apoio consular na África do Sul
MANUEL DE ALMEIDA

Ministro dos Negócios Estrangeiros enfatizou a forma exemplar como os sul-africanos têm respondido aos pedidos das autoridades portuguesas no âmbito deste processo. E criticou falta de sentido de estado do líder do PSD Rui Rio

Augusto Santos Silva revela que Rendeiro não pediu apoio consular na África do Sul

Hugo Franco

Jornalista

Augusto Santos Silva revela que Rendeiro não pediu apoio consular na África do Sul

Susana Frexes

Correspondente em Bruxelas

O ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva destacou em Bruxelas a cooperação "exemplar" entre as autoridades judiciárias de Portugal e da África do Sul no caso da detenção de João Rendeiro. E enfatizou a forma exemplar como os sul-africanos têm respondido aos pedidos das autoridades portuguesas no âmbito deste processo.

O ministro lembrou que Rendeiro pode beneficiar de proteção consular, como acontece a qualquer cidadão português envolvido num processo judicial no estrangeiro. "Não a requereu até agora, do meu conhecimento", acrescentou.

A embaixada portuguesa em Pretória fez deslocar para Durban o conselheiro para acompanhar o processo, bem como o cônsul honorário em Durban, que também esteve no tribunal em que iria ser ouvido o ex-banqueiro esta segunda-feira.

Quanto ao processo judicial em concreto, o ministro não quis fazer qualquer comentário. Mas não deixou de criticar o líder do PSD, Rui Rio, que tinha questionado o timing da operação da detenção de João Rendeiro, por se ter verificado na véspera das eleições. Santos Silva aponta a falta de sentido de Estado do líder da oposição: "pautar a minha a conduta por um sentido de estado e julgo que os líderes políticos, incluindo o líder do maior partido da oposição, devem fazer o mesmo. devemos ser estadistas quando estão em causa questões de Estado."

João Rendeiro irá ser ouvido amanhã, terça-feira, no tribunal de Verulam, nos subúrbios de Durban, na África do Sul. Um juiz vai determinar a medida de coação a aplicar ao ex-banqueiro, que foi detido este sábado num hotel de luxo naquela cidade costeira.

Esta segunda-feira, o ex-banqueiro foi identificado no tribunal de Verulam e depois regressou à prisão. A sua advogada avançou à agência Lusa que pediu hoje ao tribunal a libertação sob fiança do ex-banqueiro. Mas foi recusado pelo Ministério Público.

Segundo uma fonte judicial, o juiz tem um prazo de 18 dias para tramitar o processo de extradição. Este prazo é prorrogável por mais 40 dias. O Ministério Público português, através do Ministério da Justiça, terá de enviar para a África do Sul um pedido de extradição fundamentado. No caso de Rendeiro recusar a extradição, o juiz decidirá se cumpre ou não o pedido. Qualquer que seja a decisão, haverá sempre recurso para um tribunal superior.

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