Sociedade

Diretor da PJ diz que Rendeiro “está abatido porque chegou a um fim de linha”

Diretor da PJ diz que Rendeiro “está abatido porque chegou a um fim de linha”
Ana Maria Baião Correia

Em entrevista à CNN Portugal, Luís Neves, diretor da Polícia Judiciária, diz que o ex-banqueiro "tinha muito poucos contactos com terceiros" e que se suspeitava que andasse a circular por diferentes estados do sul do continente africano

Diretor da PJ diz que Rendeiro “está abatido porque chegou a um fim de linha”

Hugo Franco

Jornalista

O diretor da Polícia Judiciária, Luís Neves, afirmou este sábado, em entrevista à CNN Portugal, que João Rendeiro "sabia que se fosse localizado era detido" e que "fez de tudo para que isso não acontecesse". Questionado sobre o seu estado atual, depois de esta madrugada ter sido detido na África do Sul, o responsável da PJ disse que o ex-banqueiro "está abatido porque chegou a um fim de linha".

Questionado sobre como é que Rendeiro financiou as suas movimentações e o esforço para se manter foragido da justiça portuguesa nos últimos três meses, Luís Neves diz que usou "os valores que burlou às milhares de vítimas que são conhecidas".

O ex-banqueiro do BPP será presente a um juiz em Durban na próxima segunda-feira, com o objetivo de se decidir a sua extradição para Portugal. “Admito que possam ser suscitadas algumas dificuldades de entrave ou não. João Rendeiro pode aceitar que seja melhor a extradição do que estar detido num país terceiro", afirmou o diretor da PJ.

Sublinhando que quem localizou Rendeiro foram os "colegas sul-africanos", Luís Neves disse ainda que o ex-banqueiro "tinha muito poucos contactos com terceiros" e que "havia a suspeita de circular por diferentes estados do sul do continente africano".

Segundo o responsável da PJ, Rendeiro estava na África do Sul com passaporte português. "Comunicou há relativamente pouco tempo às autoridades sul-africanas que se encontrava naquele Estado sob pena de ser encontrado ilegalmente e ser detido", acrescentou.

Luís Neves não revelou na entrevista como as autoridades portuguesas e sul-africanas localizaram o ex-banqueiro mas acrescentou que a reunião tida na Turquia, entre 14 a 18 de novembro, durante a assembleia-geral da Interpol, "foi decisiva" para a investigação ter um bom porto. Mas há "mais de dois meses" que a Judiciária tem falado com os colegas sul-africanos sobre o caso.

E frisou que "um passo mal dado pode estragar um trabalho".

O número um da PJ assegurou ainda que foi determinante para o processo a formulação através da Interpol, de um pedido de detenção provisória, com vista à extradição de João Rendeiro, por parte da Procuradoria-Geral da República. Uma informação confirmada ao Expresso este sábado pelo gabinete da PGR. Agora será, na sequência da sua detenção, formalizado o pedido de extradição para Portugal.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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