O “Alho da Graciosa” integra a partir desta terça-feira o registo das Indicações Geográficas Protegidas (IGP) da União Europeia, que assim passa a incluir 228 produtos portugueses protegidos pelos diferentes regimes de qualidade da UE.
A aprovação concedida pela Comissão Europeia reconhece o alho cultivado na ilha de Graciosa, no arquipélago dos Açores, um produto que se apresenta “sob a forma de bolbos, no estado seco, de forma individual ou agrupados em réstias, cada um com um diâmetro de, pelo menos, 3 cm”.
A nota da Comissão Europeia descreve o produto como tendo um “aroma de intensidade média/baixa e sabor intenso, muito agradável e com pouca persistência, devido não só às condições edafoclimáticas da ilha, mas também aos cuidados prestados pelos produtores ao longo dos anos”. Tem valores elevados de zinco, ferro, e alicina, “a qual confere ao ‘Alho da Graciosa’ características conservantes dos alimentos”.
A propósito do pedido submetido à Comissão, o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Açores, António Ventura tinha defendido recentemente as qualificações comunitárias como um contributo “muito relevante para a sustentabilidade da economia, através da criação e manutenção de emprego, da valorização dos produtos, da fixação das populações em meio rural, e da proteção do ambiente”, além de contribuírem para a “atratividade turística”.
António Ventura garantiu ser intenção do executivo “certificar juridicamente o maior número possível de alimentos produzidos nos Açores”, região que tem já tem o ananás dos Açores, o mel dos Açores o queijo de São Jorge, o queijo do Pico e o maracujá de São Miguel com Denominação Origem Protegida (DOP).
Decorre também o processo de aprovação da carne do Ramo Grande e da manteiga dos Açores.
Por curiosidade, diga-se que a ilha da Graciosa foi sempre conhecida como a “Terra do Alho”, estando o produto representado no brasão da freguesia de São Mateus. O “Alho da Graciosa” implementou-se com sucesso nesta ilha desde a chegada dos primeiros povoadores no início do século XV, devido às condições propícias ao seu cultivo, acrescenta a nota divulgada pela Comissão Europeia.
A aprovação da nova denominação será aditada à lista de 1566 produtos já protegidos na base de dados eAmbrosia da Comissão, que entre os produtos portugueses conta também com a carne dos Açores e a meloa de Santa Maria.
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