
Do discurso público dos governantes às normas do Parlamento Europeu, a linguagem inclusiva e neutra no género veio para ficar e há quem pense redefinir a língua. Nem todas as pessoas se identificam com isto
Do discurso público dos governantes às normas do Parlamento Europeu, a linguagem inclusiva e neutra no género veio para ficar e há quem pense redefinir a língua. Nem todas as pessoas se identificam com isto
Jornalista
Este verão, o escritor Afonso Reis Cabral assinou uma crónica no “JN” em que criticava o facto de o Museu da Língua Portuguesa, que foi reinaugurado a 31 de julho em São Paulo, no Brasil, ter publicado nas redes sociais um texto em que incentivava a que o visitassem “todos, todas e todes”. Uma formulação do museu para uma linguagem inclusiva que convocava homens, mulheres e pessoas não-binárias que desagradou ao escritor, que considerou “uma corrupção disparatada da língua que não serve a ninguém”.
O escritor, formado em Estudos Portugueses e Lusófonos, distinguido com o Prémio Saramago e Leya, afirma ao Expresso que critica estas novas abordagens da língua, mas não pessoas ou identidades. “Estes temas são naturalmente sensíveis, mas hoje em dia parece que não se podem debater ideias sem renegar pessoas. Quando digo que este tipo de linguagem inclusiva não é exequível, não estou a desvalorizar a vida das pessoas, mas este tipo de propostas é de origem académica, não é exequível e não está firmado.”
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