Exclusivo

Sociedade

Aristides desobedeceu a Salazar e salvou milhares de vidas. O seu nome está (finalmente) no Panteão

Aristides Sousa Mendes emitiu vistos que permitiram a passagem por Portugal de mais de dez mil refugiados
Aristides Sousa Mendes emitiu vistos que permitiram a passagem por Portugal de mais de dez mil refugiados
DR

A aparente desobediência do cônsul Aristides Sousa Mendes mais não foi do que o exercício do dever de solidariedade com alguns daqueles que o nazismo ameaçava de morte. Aristides salvou os que pode, foi punido pelo regime de Salazar, reformado antecipada e compulsivamente com metade do vencimento. A partir desta terça-feira está entre os 19 portugueses cujo nome está presente no Panteão Nacional: doze sepultados e sete evocados

Esta terça-feira pelas 11h, o Estado português descerra, no Panteão Nacional, uma placa de homenagem a Aristides Sousa Mendes, o cônsul que arriscou tudo para salvar a vida de milhares de pessoas perseguidas pelo nazismo.

O gesto resulta da aprovação da resolução da Assembleia da República (AR) 47/2020, proposta por Joacine Katar Moreira (hoje deputada independente) quando ainda representava o partido Livre. A AR decidiu homenagear e perpetuar a memória de Aristides de Sousa Mendes, enquanto homem que desafiou a ideologia fascista, evocando o seu exemplo na defesa dos valores da liberdade e dignidade da pessoa humana e concedendo-lhe Honras de Panteão.

A investigadora Margarida Magalhães Ramalho que faz o elogio fúnebre do cônsul que salvou milhares de vidas disse ao Expresso que em junho de 1940, Aristides de Sousa Mendes, foi colocado perante um dilema. A também colaboradora do Expresso desenvolve: “Acatar as ordens de Lisboa, que considerava injustas, e deixar que a vida seguisse o seu curso, ou, mesmo sabendo que iria ser punido por isso, desobedecer e ajudar gente desesperada que fugia ao nazismo. Depois de uns dias de indecisão optou por fazer o que a sua consciência lhe ditava. Com isso, destruiu a sua carreira e viu os seus filhos serem obrigados a emigrar para puderem ter futuro. Nunca se arrependeu. Salvou de um destino trágico milhares de pessoas. E, com a sua atitude, mostrou-nos que ser um herói é ser tocado pelo sofrimento dos outros e ter a coragem de os ajudar".

Artigo Exclusivo para assinantes

Assine já por apenas 1,63€ por semana.

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mgoucha@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas