Esta terça-feira pelas 11h, o Estado português descerra, no Panteão Nacional, uma placa de homenagem a Aristides Sousa Mendes, o cônsul que arriscou tudo para salvar a vida de milhares de pessoas perseguidas pelo nazismo.
O gesto resulta da aprovação da resolução da Assembleia da República (AR) 47/2020, proposta por Joacine Katar Moreira (hoje deputada independente) quando ainda representava o partido Livre. A AR decidiu “homenagear e perpetuar a memória de Aristides de Sousa Mendes, enquanto homem que desafiou a ideologia fascista, evocando o seu exemplo na defesa dos valores da liberdade e dignidade da pessoa humana e concedendo-lhe Honras de Panteão”.
A investigadora Margarida Magalhães Ramalho — que faz o elogio fúnebre do cônsul que salvou milhares de vidas — disse ao Expresso que “em junho de 1940, Aristides de Sousa Mendes, foi colocado perante um dilema”. A também colaboradora do Expresso desenvolve: “Acatar as ordens de Lisboa, que considerava injustas, e deixar que a vida seguisse o seu curso, ou, mesmo sabendo que iria ser punido por isso, desobedecer e ajudar gente desesperada que fugia ao nazismo. Depois de uns dias de indecisão optou por fazer o que a sua consciência lhe ditava. Com isso, destruiu a sua carreira e viu os seus filhos serem obrigados a emigrar para puderem ter futuro. Nunca se arrependeu. Salvou de um destino trágico milhares de pessoas. E, com a sua atitude, mostrou-nos que ser um herói é ser tocado pelo sofrimento dos outros e ter a coragem de os ajudar".
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