Quase dois mil homens e mulheres frequentam programas de reabilitação para agressores em casos de violência doméstica. Os especialistas em violência doméstica defendem, de acordo com o “Jornal de Notícias”, que mais pessoas deviam frequentar estas reabilitações, mas a falta de técnicos nas cadeias, nos centros de tratamento e nos tribunais impede uma intervenção mais ampla e profunda.
Rui Abrunhosa Gonçalves, especialista em ofensores conjugais e no sistema prisional, alega que os reclusos por violência doméstica deviam ser obrigados a frequentar programas de reabilitação: trata-se de um “problema de saúde pública que afeta muitíssimo as vítimas” e a sociedade.
“Não há técnicos de reinserção em número suficiente no sistema prisional. As últimas contratações aconteceram há vários anos, o corpo profissional está envelhecido e há muitos estabelecimentos prisionais onde o programa para agressores não existe”, diz. Segundo o especialista, há agressores a quem o tribunal impõe a frequência de consultas de reabilitação que, devido à falta de recursos humanos, não estão a receber tratamento.
Até junho de 2021, 10% dos reclusos em Portugal tinham sido condenados por violência doméstica. Além disso, no mesmo período, 847 pessoas estavam impedidas de se aproximar das vítimas que tinham atacado.
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