A PSP vai participar ao Ministério Público os registos dos insultos dirigidos este sábado ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues. "Sobre este caso iremos participar os factos ao Ministério Público", adiantou fonte oficial da direção nacional daquela polícia, que optou por não fazer mais comentários ao caso.
Ferro Rodrigues foi alvo de insultos no passado sábado enquanto almoçava com a mulher, num restaurante perto do Parlamento. O seu gabinete desvalorizou o caso durante o fim de semana, mas esta segunda-feira, em declarações à revista Visão, foi o próprio a remeter para as autoridades: "Trata-se de um crime público. Espero que a PGR cumpra o seu dever”, disse.
É possível que o MP abra um inquérito-crime ao caso, mas, até ao momento, o gabinete da Procuradoria-Geral da República não adiantou qualquer pormenor.
Os insultos a Eduardo Ferro Rodrigues foram proferidos por dezenas de negacionistas à covid-19 que se encontravam na altura concentrados em frente ao Parlamento para um encontro onde participou, entre outros, o antigo candidato à Presidência da República, Fernando Nobre. O encontro tinha como mote “Pelas nossas crianças – Rumo à Liberdade”, como protesto contra as medidas do Governo para as escolas.
Os insultos junto à janela do restaurante subiram rapidamente de tom, acabando a segunda figura mais alta do Estado português por sair do estabelecimento onde se encontrava.
Os impropérios continuaram durante a caminhada de Ferro Rodrigues entre o restaurante e o seu carro. Vários vídeos partilhados nas redes sociais ligadas aos negacionistas mostram o momento.
O Expresso sabe que Ferro Rodrigues não fez queixa-crime contra os manifestantes, mas aguarda o trabalho do MP, dado tratar-se de um crime que não carece da apresentação de queixa.
Há duas semanas, o presidente da Assembleia da República tinha sido alvo de palavras injuriosas pelo juiz negacionista, que se encontra suspenso de funções, Rui Fonseca e Castro. O magistrado chamou "pedófilo" a Ferro Rodrigues num vídeo partilhado nas redes sociais.
O Conselho Superior da Magistratura mandou para o Ministério Público a participação que o presidente da Assembleia da República tinha enviado ao CSM, depois da publicação do referido vídeo.
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