Os portugueses são católicos, mas cada vez menos. A relação com a religião está a mudar.

Há cada vez mais pessoas sem religião, assim como crentes de outras comunidades religiosas. “Vivemos um ajuste social”, afirma o antropólogo Alfredo Teixeira
Há cada vez mais pessoas sem religião, assim como crentes de outras comunidades religiosas. “Vivemos um ajuste social”, afirma o antropólogo Alfredo Teixeira
Jornalista
“Indique qual a sua religião.” Para a maioria dos residentes em Portugal (88% em 2011), a resposta continua a ser “Católica”, mas sopram ventos de mudança. Este número está em queda desde 1991, quando esta pergunta passou a integrar os Censos, e pode ser ainda menor. Um estudo da Universidade Católica Portuguesa (UCP), estimou — também de 2011 — que 79,5% da população era católica. Três anos mais tarde, a Conferência Episcopal apontou para 77,03%.
Quanto aos Censos 2021 “é expectável uma continuação da diminuição da hegemonia católica, isto porque o que é próprio das sociedades plurais em que vivemos é não serem uma coisa só em nenhuma das suas dimensões, incluindo a religiosa”, afirma Alfredo Teixeira, coordenador do estudo da UCP. “Não é normal que hoje uma sociedade tenha 90% da sua população identificada com uma determinada coisa. O que é normal é que as sociedades se diversifiquem. Aquilo que vivemos é um ajuste social, em que estamos a deixar um mundo no qual a religião tendia a ser um universo relativamente monolítico.”
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