A marca fabricante de óculos e dispositivos óticos Carl Zeiss foi obrigada a interromper a veiculação de forma “imediata” e em “todos os suportes publicitários” de anúncios feitos a uma lente antiviral que, alega a marca, “elimina 99,9% dos vírus e bactérias potencialmente nocivos da superfície da lente”.
Em causa estão momentos publicitários com a embaixadora da Zeiss, a apresentadora Catarina Furtado, e Pedro Simas, um dos virologistas de maior destaque no país desde o início da pandemia de covid-19 e número 8 da lista da coligação Novos Tempos (PSD/CDS), como independente, à Câmara Municipal de Lisboa, encabeçada por Carlos Moedas.
A queixa apresentada à Auto Regulação Publicitária (ARP) refere que o cientista “tece comentários e promove recomendações a um dispositivo médico oftalmológico, área totalmente alheia à sua especialidade” e que, independentemente da qualidade da lente, nos anúncios “existe um claro e inequívoco aproveitamento de uma situação pandémica para promover, por associação, os seus dispositivos médicos [da marca]”.
Na deliberação, a que o Expresso teve acesso, a ARP dá razão a parte das queixas, pedindo a retirada das referências em cartazes e anúncios televisivos, “por se considerar que as mesmas não são verdadeiras, e porquanto enganosas”.
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